Ultrapassando a marca de mais de dois meses e meio de confinamento, o mundo enfrenta um dos períodos mais complexos da história e é nesse cenário que o hambúrguer vegetal quer entrar em cena. Até o momento, contabilizamos mais de 5 milhões de casos e 350 mil mortes provocadas mundialmente pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2).
Apesar de necessárias, as medidas de restrições para o combate da pandemia têm impactado diversos setores da economia, incluindo o alimentício. No último mês, dezenas de frigoríficos nos Estados Unidos fecharam suas portas para evitar qualquer tipo de contaminação. A prova disso é que o número de bovinos abatidos por lá registrou queda de 35% pela quarta semana consecutiva.
Consequentemente o movimento de crise é sentido nas prateleiras também. Embora muitas redes famosas de supermercados americanos, como Kroger e Costco, não reconheçam publicamente que estão com pouca carne, elas têm limitado a venda da quantidade do produto por cliente.
O cenário nos restaurantes e redes de fast-food também não é diferente. Na semana passada, a Wendy´s anunciou que seu estoque de carne está esgotado em um quinto de suas unidades e que o fato de trabalharem com o produto fresco só dificulta a operação. Executivos da Shake Shack, sinalizaram esta semana uma preocupação diante ao cenário, já que o preço da carne bovina aumentou significamente.
Mesmo com o novo coronavírus colocando a demanda das carnes bovina e suína em cheque, a oferta menor desses produtos deve acabar beneficiando as exportadoras brasileiras. Por outro lado, algumas empresas de proteína vegetal que tentam cativar o mercado há anos, enxergam no momento uma oportunidade para traçar novos objetivos e conquistar mais espaço.
A foodtech Behind the Foods já divulgou que houve um aumento na demanda por produtos plant-based nos EUA e China. Depois que parte do food service fechou no Brasil por conta da pandemia, a empresa decidiu elevar a aposta em sua linha de hambúrguer vegetal, cujo o foco é o consumidor final, em sua maioria jovem.
Em estudo publicado em março, o banco holandês Rabobank apontou que os millenials são os principais consumidores dos produtos plant-based. Segundo a consultoria Euromonitor, apenas no varejo chinês as vendas de carnes vegetais movimentaram US$ 10 bilhões em 2019.
Com capacidade produtiva de 50 toneladas por mês à disposição, a Behind prevê atingir sua capacidade máxima ao longo do ano. O faturamento previsto é de cerca de R$ 6 milhões em 2020.